domingo, 26 de junho de 2011

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Faleceu um grande ser humano, que nos brindava sempre com um grande sorriso e uma enorme boa disposição. Vives em todos aqueles que tiveram o prazer de privar contigo R.I.P Paulo "Lucifugus"

sexta-feira, 24 de junho de 2011

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A compreensão humana não é um exame desinteressado, mas recebe infusões da vontade e dos afectos; disso se originam ciências que podem ser chamadas ciências conforme a nossa vontade”. Pois um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho; coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afectos colorem e contaminam o entendimento.

Francis Bacon, Novum Organon (1620)

terça-feira, 14 de junho de 2011

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"A verdade está à nossa volta, basta olhar para ela. A noite é escura e cheia de terrores, o dia luminoso, belo e cheio de esperança. Uma é negra o outro branco. Há gelo e há fogo. Ódio e amor. Amargura e doçura. Macho e fêmea. Dor e prazer. Inverno e Verão. Mal e bem. Em toda a parte há opostos. Em toda a parte há Guerra."

Melisandre

In "A tormenta de espadas" - Volume Cinco d´As Crónicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa


Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.

É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".

Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.

Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, ativista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".

Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês: "I know not what tomorrow will bring… " ("Não sei o que o amanhã trará").


O espólio de Pessoa: a célebre arca, contendo mais de 25000 páginas, e a «biblioteca inglesa».
Pode-se dizer que a vida do poeta foi dedicada a criar e que, de tanto criar, criou outras vidas através dos seus heterónimos, o que foi a sua principal característica e motivo de interesse pela sua pessoa, aparentemente muito pacata. Alguns críticos questionam se Pessoa realmente teria transparecido o seu verdadeiro eu ou se tudo não teria passado de um produto, entre tantos, da sua vasta criação. Ao tratar de temas subjectivos e usar a heteronímia, torna-se enigmático ao extremo. Este fato é o que move grande parte das buscas para estudar a sua obra. O poeta e crítico brasileiro Frederico Barbosa declara que Fernando Pessoa foi "o enigma em pessoa". Escreveu sempre, desde o primeiro poema aos sete anos, até ao leito de morte. Importava-se com a intelectualidade do homem, e pode-se dizer que a sua vida foi uma constante divulgação da língua portuguesa: nas próprias palavras do heterónimo Bernardo Soares, "a minha pátria (sic) é a língua portuguesa".

Fernando Pessoa e o Ocultismo

Apreciava também o trabalho do famoso ocultista Aleister Crowley, tendo inclusive traduzido o poema Hino a Pã. Certa vez, lendo uma publicação inglesa de Crowley, encontrou erros no horóscopo e escreveu-lhe para o corrigir. Os seus conhecimentos de astrologia impressionaram Crowley e, como este gostava de viagens, foi a Portugal conhecer o poeta. Acompanhou-o a maga alemã Miss Hanni Larissa Jaeger. O encontro entre Pessoa e Crowley ocorreu com algum sensacionalismo, dado o Poeta Inglês ter simulado o seu suicídio na Boca do Inferno, o que atraiu várias polícias Europeias e a atenção dos média da época. Pessoa estaria dentro da encenação, tendo combinado com Crowley a notificação dos jornais e a redacção de um "romance policiário" cujos direitos reverteriam a favor dos dois poetas. Apesar de ter escrito várias dezenas de páginas, essa obra de ficção nunca foi concretizada.

Fonte Wikipédia

HINO A PÃ
(de Mestre Therion *)

Vibra do cio subtil da luz,
Meu homem e afã
Vem turbulento da noite a flux
De Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Do mar de além
Vem da Sicília e da Arcádia vem!
Vem como Baco, com fauno e fera
E ninfa e sátiro à tua beira,
Num asno lácteo, do mar sem fim,
A mim, a mim!
Vem com Apolo, nupcial na brisa
(Pegureira e pitonisa),
Vem com Artêmis, leve e estranha,
E a coxa branca, Deus lindo, banha
Ao luar do bosque, em marmóreo monte,
Manhã malhada da àmbrea fonte!
Mergulha o roxo da prece ardente
No ádito rubro, no laço quente,
A alma que aterra em olhos de azul
O ver errar teu capricho exul
No bosque enredo, nos nás que espalma
A árvore viva que é espírito e alma
E corpo e mente - do mar sem fim
(Iô Pã! Iô Pã!),
Diabo ou deus, vem a mim, a mim!
Meu homem e afã!
Vem com trombeta estridente e fina
Pela colina!
Vem com tambor a rufar à beira
Da primavera!
Com frautas e avenas vem sem conto!
Não estou eu pronto?
Eu, que espero e me estorço e luto
Com ar sem ramos onde não nutro
Meu corpo, lasso do abraço em vão,
Áspide aguda, forte leão -
Vem, está fazia
Minha carne, fria
Do cio sozinho da demonia.
À espada corta o que ata e dói,
Ó Tudo-Cria, Tudo-Destrói!
Dá-me o sinal do Olho Aberto,
E da coxa áspera o toque erecto,
Ó Pã! Iô Pã!
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã Pã! Pã.,
Sou homem e afã:
Faze o teu querer sem vontade vã,
Deus grande! Meu Pã!
Iô Pã! Iô Pã! Despertei na dobra
Do aperto da cobra.
A águia rasga com garra e fauce;
Os deuses vão-se;
As feras vêm. Iô Pã! A matado,
Vou no corno levado
Do Unicornado.
Sou Pã! Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!
Sou teu, teu homem e teu afã,
Cabra das tuas, ouro, deus, clara
Carne em teu osso, flor na tua vara.
Com patas de aço os rochedos roço
De solstício severo a equinócio.
E raivo, e rasgo, e roussando fremo,
Sempiterno, mundo sem termo,
Homem, homúnculo, ménade, afã,
Na força de Pã.
Iô Pã! Iô Pã Pã! Pã!

Aleister Crowley - tradução Fernando Pessoa

terça-feira, 7 de junho de 2011

Verdi - Traviata



Genial...

Metafisica do Sexo- Julius Evola


O Mito do Andrógino


A primeira teoria diz respeito ao mito do andrógino. Para este, como para quase todos os mitos inseridos na filosofia de Platão, deverá supor-se uma origem iniciática e relacionada com os Mistérios. O mesmo tema circula, efetivamente, pelos subterrâneos duma literatura muito variada, desde os antigos meios misteriosóficos e gnósticos até aos autores da Idade Média e dos primeiros séculos da própria era moderna. Fora do nosso continente poderão também encontrar-se temas idênticos.

Segundo Platão1 existiu uma raça primordial «cuja essência se encontra agora extinta», raça de seres que englobavam os dois princípios masculino e feminino. Os componentes dessa raça andrógina «tinham uma força e uma audácia extraordinárias, acalentando no seio projetos de um extremo orgulho, como, por exemplo, a ideia de atacar os deuses». Atribui-se igualmente a essa raça a lenda referida por Homero, a propósito de Oto e Efialto, da tentativa de «escalar os céus para atacar os deuses». Este tema é o mesmo de hybris dos Titãs e dos Gigantes; é o tema de Prometeu e aquele que se pode encontrar em tantos outros mitos — até, em certa medida, no mito bíblico do Éden e do Adão, porquanto aí figura também a promessa de «se tornarem idênticos aos deuses» (Gênese, III, 5).

Na obra de Platão os deuses não fulminam os seres andróginos tal como fizeram aos gigantes, mas paralisam o seu poder separando-os em duas metades. Daí a nascença de seres de sexo distinto, portadores sob a forma de homem ou de mulher de um ou do outro sexo; seres estes em que persiste, contudo, recordação do estado anterior que lhes desperta o impulso de reconstituírem a unidade primordial. É neste impulso que, segundo Platão, deverá encontrar-se o sentido final, metafísico e eterno do eros. «Desde essas épocas recuadas, o amor impele os seres humanos uns para os outros, é inato na natureza humana e tende a restabelecer a natureza primeiro ao tentar unir num só dois seres distintos e assim restaurar a natureza humana (Ibid., 191-cd).» À parte a participação comum dos amantes no prazer sexual, a alma de cada um «tende para qualquer coisa de diferente, que não consegue exprimir mas que se sente e revela misteriosamente» (Ibid., 192 c-d). Trata-se como que de uma prova a posteriori. Platão faz Efaisto perguntar aos amantes «O que desejais? Não será uma fusão perfeita um no outro, de maneira a jamais vos separardes nem de dia nem de noite? Se é esse o vosso desejo poderei fundir-vos e soldar-vos pelo fogo num único ser, de tal modo que de dois que éreis ficareis reduzidos a um só e vivereis unidos um ao outro enquanto viverdes, e quando morrerdes, em lugar de dois sereis um, além, no Ade, ligados a um destino comum. Pois bem, vede se é isto que desejais e se vos satisfaz.» Platão diz-nos a este propósito, «bem sabemos que não haveria nenhum que recusasse ou desejasse outra coisa; cada um pensaria ter finalmente ouvido exprimir aquilo que, há tanto tempo, era seu desejo: unir-se, fundir-se com o ser amado, para de dois seres distintos formar uma só natureza. Ora será preciso procurar o móbil desta aspiração no fato de ser precisamente esta a nossa natureza primitiva, em que formávamos uma unidade ainda completa; é precisamente o desejo ardente de obter esta unidade que toma o nome de amor.» (Ibid., 192 d-e). É quase como um símbolo, «a união (das duas partes) de uma à outra no desejo de se penetrarem» (Ibid., 187 a).

Neste conjunto os elementos acessórios, figurativos e «míticos», no sentido negativo da palavra, deverão ser separados do conceito essencial. Assim, não se deve naturalmente, e em primeiro lugar, pensar nos seres primordiais que Platão, à maneira de uma fábula, nos descreve, até nos seus traços somáticos, como membros de uma qualquer raça pré-histórica de que quase seria possível encontrar os restos ou os fósseis. Deveremos, ao contrário, referir-nos a um estado, a uma condição espiritual das origens, não tanto no sentido histórico como no quadro de uma antologia, de uma doutrina dos estudos múltiplos do ser. Se abstrairmos da mitologia poderemos compreender este estado como o de um ser absoluto (não fracionado, não «dual»), como uma totalidade ou unidade pura, e, por isso mesmo, como um estado de imortalidade. Este fato é confirmado quer pela doutrina expressa através de Diotima, noutra parte de «O Banquete», quer pela desenvolvida em «Fedra», onde, e se bem que em relação com o que mais tarde se chamou «amor platônico» e com a teoria da beleza, se torna explícita a relação entre o fim supremo do eros e a imortalidade.

Como segundo elemento do mito platônico consideramos, em seguida, uma variante do tema tradicional geral da «queda». A diferenciação dos sexos corresponde à condição de um ser fraturado, pois que finito e mortal: isto é, à condição «dual» daquele que não tem a vida em si, mas num outro ser — estado que não pode ser considerado original. Assim, e relativamente a este último ponto, poderia estabelecer-se um paralelo com o próprio mito bíblico, porquanto neste a queda de Adão tem como consequência a sua exclusão da Arvore da Vida. A Bíblia refere-se igualmente ao androginato dos seres primordiais feitos à imagem de Deus («Ele criou-nos macho e fêmea» — Gênese, 1,27) e o nome de Eva, complemento de homem, quer dizer «a Vida», «a que vive». Como veremos mais adiante, na interpretação cabalística, a separação da Mulher-Vida no andrógino está relacionada com a queda e acaba por equivaler à exclusão de Adão da Arvore da Vida para que esta «não se torne um de nós (um Deus) e não viva eternamente». Gênese, III, 22).

No seu conjunto, o mito platônico encontra-se pois entre aqueles que aludem à passagem da unidade para a dualidade, do ser à privação do ser e da vida absoluta. O seu caráter particular e importância encontram-se, todavia, na sua aplicação, ou seja, na dualidade dos sexos para indicar o sentido secreto e o objetivo final do eros. Já em Upanishad se podia ler, como referência especial numa conhecida sequência relativa àquilo que se procura verdadeiramente através de um ou outro objetivo aparente e ilusório da vida de todos os dias: «Não é pela mulher (em si) que a mulher é desejada pelo homem, mas sim pelo âtmâ (pelo princípio "tudo luz, tudo imortalidade")»2. A imagem é a mesma. No seu aspecto mais profundo o eros incorpora um impulso tendente a vencer as consequências da queda, a sair do mundo «cessante» da dualidade, com o fim de restabelecer o estado primordial e ultrapassar a condição de uma existencialidade «dual», fraturada e condicionada pelo «outro». É este o seu sentido absoluto; é este o mistério que impele o homem para a mulher, elementarmente, antes de todos os condicionalismos, já referidos, do amor humano nas suas infinitas variedades relativas a seres que nem sempre são homens ou mulheres puros, mas quase todos subprodutos de uns e outras. Esta é, pois, a chave de toda a metafísica do sexo: «Através da díade para a unidade.» Deve reconhecer-se no amor sexual a forma mais universal que leva os homens a procurarem obscuramente destruir por momentos a dualidade, ultrapassando existencialmente a fronteira entre o Eu e o não-Eu, entre Eu e o Tu, a carne e o sexo que servem de instrumentos para uma aproximação estática da «união». Embora sem fundamento, a etimologia da palavra «amor» dada por um «Fiel do Amor» medieval não é menos significativa: «A partícula a significa «sem»; mor (mors) significa morte: reunindo as duas teremos «sem morte», isto é, a imortalidade»3.


NOTAS


1. «O Banquete», XIV, XV, e em particular 189-c e 190-c.
2. Bhradhâranyaka — upanishad, II, IV, 5.
3. A. RICOLFI, Studi sui Fideli d'Amore, Milão, 1933, v. I, pág. 63.

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sábado, 4 de junho de 2011

Sons of Anarchy

Storyline:
Sons of Anarchy, is a motorcycle gang that operates both illegal and legal businesses in the small town of Charming. They combine gun-running and a garage, plus involvement in porn film. Clay, the president, likes it old school and violent; while Jax, his stepson and the club's VP, has thoughts about changing the way things are, based on his dead father's journal. Their conflict has effects on both the club and their personal relationships.

in http://www.imdb.com/title/tt1124373/

One of the best shows ever... we got Tattoos, Motocycles, Love, Friendship, Insanity all in one.

I know it will be hard to believe, but i think this Show its even better than Game of Thrones.